Por Luciane Ramos, Médica do Trabalho.
Você sabia que, no Brasil, perdemos cerca de 38 vidas para o suicídio todos os dias? São aproximadamente 14 mil casos por ano, números que nos lembram da urgência e da seriedade de cuidarmos da saúde mental.
O suicídio é um fenômeno complexo e multifacetado, influenciado por fatores biológicos, psicológicos, sociais e culturais. Ele não escolhe idade, classe social ou identidade de gênero. Contudo, uma verdade fundamental se mantém: o suicídio pode ser prevenido!
A prevenção começa com a nossa capacidade de observar e empatizar. Uma pessoa em sofrimento muitas vezes emite sinais, como um pedido silencioso de ajuda.
Fique atento(a) aos Sinais de Alerta:
💡Mudanças na Fala: Preste atenção a expressões de desesperança, desamparo ou desespero. Isso pode incluir conversas frequentes sobre morte, desejo de “desaparecer”, frases como “Quero acabar com tudo”, “Seria melhor se eu não estivesse aqui”, “Eu sou um fardo para todos” ou “Não vejo sentido em continuar”. Às vezes, a pessoa pode expressar isso de forma indireta, como em poemas, desenhos ou textos.
💡 Isolamento Social: Observe o afastamento de amigos e familiares, a perda de interesse em atividades que antes amava, o cancelamento de compromissos sociais ou uma retração significativa da vida pública. O isolamento pode ser um refúgio para a dor, mas também impede o acesso a redes de apoio.
💡 Comportamentos de Risco: Fique atento a alterações drásticas no sono (insônia severa ou hipersonia), no apetite (perda ou ganho significativo de peso), uso excessivo de álcool/drogas, impulsividade ou, paradoxalmente, uma calma súbita e inesperada após um período de grande sofrimento – o que pode indicar uma decisão tomada. Comportamentos autodestrutivos, como automutilação, também são um sinal grave de sofrimento.
💡 Fatores de Vulnerabilidade: Eventos estressores significativos (luto, perda de emprego, divórcio, dificuldades financeiras), histórico de transtornos mentais (depressão, ansiedade, transtorno bipolar), histórico de trauma ou abuso, discriminação (LGBTQIA+, racial), bullying ou doenças crônicas podem aumentar a vulnerabilidade e o sofrimento.





